“Devo dizer que, para mim, o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranquilo e aprazível onde está Cristo, onde lhe podemos contar as nossas preocupações, nossos sofrimentos, nossos anseios e nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que lhe falavam aqueles seus amigos Marta, Maria e Lázaro.”
São Josemaria Escrivá
Inicio nossa reflexão com essas palavras de São Josemaria Escrivá, tão significativas e tão profundas quando fala da presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento.
São João Paulo II escreveu magnificamente a carta encíclica “Ecclesia de Eucharistia” (em português: Igreja da Eucaristia), e afirmou claramente qual o papel da Eucaristia na Igreja de Cristo ao manifestar que “a Igreja vive da Eucaristia” (1). Ele prossegue demonstrando como a Igreja é dependente da Eucaristia, como se une em torno a Ela e como devemos busca-la para conhecer, amar, imitar e nela viver antecipadamente a Jerusalém celeste.
A própria festa do corpo e sangue de Cristo (Corpus Christi), é um exemplo do quanto devemos adorar nosso Deus que humildemente se manifesta nas espécies sagradas. Esta festa foi instituída no século XIV pelo Papa Clemente V, que confirmou a bula do Papa Urbano IV, e tornou a festa um dever canônico mundial (2,3).
Também para despertar na Igreja “novo impulso e fervor eucarístico”, o Papa Emérito Bento XVI redigiu a exortação apostólica “Sacramentum Caritatis” (em português: Sacramento da Caridade). O documento figura quase como um resumo doutrinal da Igreja a respeito do sacramento da comunhão e deveria ser conhecido de todos nós, católicos, especialmente os que participam da missa (6).
Mas quais as condições para recebermos a Eucaristia? São Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica, nos escreve: “Não é qualquer remédio que convém a qualquer doente. Assim, o remédio para fortificar os que já não têm febre, faria mal dos febricitantes. Assim também o batismo e a penitência são remédios purificativos, para tirar a febre do pecado. Ao passo que este sacramento [a Eucaristia] é um remédio fortificante, que não deve ser dado senão aos que se livraram do pecado" (4). Portanto, conforme nos advertia São Paulo na carta aos Coríntios, “quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor" (I Cor 11,27), devemos buscar constantemente a confissão sacramental com um sacerdote para participarmos integralmente da missa (5).
Há um sem número de santos, papas, clérigos e leigos que já se manifestaram de forma brilhante a respeito de Cristo Eucarístico. Jamais eu poderia escrever uma pequena parte de toda maravilha que eles escreveram, mas concluo unicamente dizendo que a Eucaristia é verdadeiramente Jesus Cristo, que por sua vez é verdadeiramente Deus. Sendo assim, devemos manifestar nossa absoluta adoração à Ele e buscar aproximar-nos apenas quando adequadamente em estado de graça, para que através de nós Deus possa continuar sua ação missionária. Deixo ainda uma santa provocação: qual foi o dia da sua 1ª Eucaristia?
Colaborador PASCOM: Seiti