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Filhos, uma escola de amor. Por Renato Guimarães Varges

No dia 07 de maio de 2013, meu quarto filho foi concebido. Poucos dias depois veio a confirmação da gravidez e naturalmente a notícia foi se espalhando.

Algumas pessoas como minha mãe e amigos próximos ficaram imensamente felizes e já foram logo dando palpite sobre o sexo do bebê. Outras pessoas já sorriram só com o canto da boca, respiraram fundo e deram uns parabéns amarelado ou por pura educação. Outras sequer conseguiram disfarçar seus pensamentos e teceram comentários divididos por categoria, os irônicos diziam: “vocês são animados hein!” ou “vocês não tem TV em casa?”; os pseudo-entusiastas: “vocês são guerreiros!” ou “nossa, que coragem!”; os calculistas: “mais um? meu Deus!” ou “quem vai pagar suas contas?” ou “vocês planejaram isso?” ou “já marcaram a laqueadura de trompas?”; e por fim os dramáticos: “foi um acidente?” ou “como vocês vão viver?” .

Comentários à parte, estamos imensamente felizes com a chegada do caçula da vez. No entanto, a decisão de escrever esse artigo é fruto do desejo de fazer uma pequena partilha do que vivo como pai e defensor da cultura da vida e expressar um pouco algo que me incomoda muito na cultura que vivemos atualmente.

Ah sim, você pode perguntar “E o que isso tem a ver com bioética?” Respondo: ABSOLUTAMENTE TUDO!!! Pois a bioética não pode ficar presa nos livros, conceitos e teorias, mas para defende-la e exercê-la com autoridade, é preciso antes de tudo acreditar nela na nossa própria vida.

Ao observar a postura de certos casais diante da realidade dos filhos, tenho me perguntado: Por que alguns casais estão convencidos de que os filhos são verdadeiros estraga prazeres da vida conjugal? De onde vem esta mentalidade de que os filhos diminuem a qualidade de vida do casal? Por que existe tanto espaço para a cultura materialista que só consegue enxergar os filhos como potenciais consumidores, gastadores e devoradores de salário? Por que alguns pais querem dar aos filhos um padrão de vida que não possuem como se isso fosse a fórmula do sucesso pessoal e familiar? Por que as pessoas tem tanto pavor do trabalho que as crianças dão em casa, enquanto se matam no trabalho para cumprir metas e conseguir promoções? Por que o cansaço e as exigências com a educação dos filhos são tão rejeitados? Por que as mulheres valorizam tanto o trabalho fora de casa como se educar um filho em casa não fosse um serviço tão ou mais nobre à sociedade quanto qualquer outro trabalho?

Passaria horas aqui somente escrevendo perguntas do tipo, mas esse não é meu objetivo, como também não é responde-las ou levantar um debate sobre cada um dos temas, isso daria um livro o qual eu não tenho competência para escrever.

Gostaria simplesmente de tentar descrever porque considero os filhos um dom preciosíssimo de Deus e uma verdadeira escola de amor. Nossos planos como casal nunca foram baseados no conforto, nem nas férias inesquecíveis na Disney, nem na casa dos sonhos, mas sempre foram baseados no papel que estávamos assumindo diante de Deus e da Igreja, ou seja, o compromisso de ser uma família. Não tenho nada contra as férias (aliás estou precisando das minhas), nem contra a Disney (dizem que é muito divertido), mas os que se casam confiando unicamente em planos materiais e só tomam decisões com a segurança da conta corrente não estão preparados para construir uma família que ama a Deus acima de todas as coisas e provavelmente não terão a fé como seu maior valor. Se você nunca pensou nisso ou simplesmente nem leva isso em consideração, sinceramente você tem meu respeito, mas, por experiência própria, posso garantir que o matrimônio como um empreendimento meramente humano perde uma dimensão que considero essencial.

Recordo quando descobrimos a gravidez do nosso 3º filho, uma pessoa chegou para mim e disse: “Ih… agora vocês se danaram. Saiba que o mundo foi feito pra quem tem no máximo dois filhos!” Eu estava um pouco destemperado no momento e respondi sem medir muito as palavras, mas expressando o que se passava no fundo do meu coração: – “E quem disse que nós geramos filhos pensando neste mundo minha senhora?”. Ela arregalou os olhos e viu que eu tinha me ofendido, mas fui obrigado a continuar, especialmente porque eu sabia que ela já havia criticado um outro casal amigo. Eu concluí dizendo: – “Uma família católica gera filhos para povoar o Céu e não nossas cidades, queremos gerá-los para a eternidade, pois é lá que desejamos encontrá-los um dia, a herança que temos para deixar para nossos filhos é a fé, o amor de Deus e a santidade, todo resto é consequência. O bem estar que ofereço é aquele que Divina Providência nos conceder” … Pelo silêncio acho que ela acabou entendendo. Mas é exatamente isso!

Um casal que rejeita o dom dos filhos ou se fecha irreversivelmente a essa possibilidade está invertendo em absoluto a razão de ser do matrimônio, do ato conjugal e do propósito de estarem unidos por um sacramento. Não estou aqui fazendo apologia à mera quantidade de filhos. Ninguém pode me acusar disso. Sobre esse assunto, o que digo é que existem quatro critérios que devemos adotar quando pensamos em ter filhos: 1. A confiança na vontade de Deus e na Divina Providência deve ser maior que nossos fundos de investimentos. 2. A quantidade de filhos não se calcula pela quantidade dos que já temos, mas pela generosidade com os que ainda podemos ter. 3. O próximo filho será ainda mais exigente, portanto, nos fará crescer ainda mais na partilha e no amor. 4. O melhor presente que posso dar aos meus filhos é o próximo irmão.

Ou seja, não é simplesmente uma questão ter muitos filhos, mas ter o máximo que o casal puder. Quanto mais filhos um casal tiver, mais experimentarão da Providência de Deus. Não estou fazendo apologia à irresponsabilidade, mas à generosidade.

Os filhos só terão sentido na vida de um casal e assim contribuir para a santidade da família se eles forem entendidos e acolhidos como dons de Deus e não como intrusos, vilões ou saqueadores de seu cheque especial. Você pode estar ai dizendo que isso é um exagero ou que eu vivo fora da realidade. Nada disso!Há momentos, não poucos, em que temos a impressão que os filhos exigem mais do que podemos dar, humana e financeiramente, ou que a educação que damos vai parar em qualquer outro lugar que não seja a cabecinha da criança. Isso tira qualquer um do sério, mas não justifica a rejeição dos filhos, nem a substituição do nosso papel na sua educação, muito menos achar que tudo que fizemos até hoje de nada valeu. Ultimamente, quando estou muito cansado e me pego rejeitando dar atenção ou calculando quanto amor vou dar a um filho, penso em três coisas, exatamente nessa ordem: 1. Como São José agiria nesse momento? 2. Nas crianças abortadas que não tiveram a chance de nascer. 3. Nas famílias que estão na fila da adoção na esperança de ter pelo menos um filho em casa. Pode parecer um pouco ingênuo, mas pelo menos funciona.

Há duas coisas que vem junto com os filhos. Uma é inversa e outra diretamente proporcional à sua quantidade. O tempo livre será sempre inversamente proporcional e o cansaço sempre diretamente proporcional à quantidade de filhos. Isso não tem escapatória! Quanto ao tempo, não tem jeito, se não tivessem os filhos, seria ocupado com outra coisa, talvez até menos nobre.

Nunca considero o tempo que passo com meus filhos uma perda, nem fico ponderando mentalmente o que eu poderia estar fazendo caso não estivesse ali com eles, pois isso seria uma espécie de traição e talvez diminuísse minha alegria de estar com eles. Não adianta, educação não se terceiriza e quem cai nessa cilada, muito cedo paga o preço. Educar os filhos exige muito mais esforço que os mais árduos trabalhos profissionais. Talvez por isso alguns preferem, consciente ou inconscientemente, distrair os filhos do que educá-los. Outros talvez tenham medo de colocar limites claros e dar punições para não perder a amizade dos filhos. Mas a realidade da boa educação exige exatamente o contrário. Meus filhos ainda são pequenos, ainda me idolatram como qualquer criança, mas tenho certeza que seria muito mais fácil eu perder a amizade futura dos meus filhos por não tê-los deixado aprender com as quedas do que pela liberdade que dei para aprenderem a caminhar com suas próprias pernas e entender que crescer e amadurecer dói. Educar é penoso e por vezes vergonhoso porque mostra muito mais os limites dos pais do que as capacidades dos filhos. Por isso, ao invés de fugir desta sadia responsabilidade, devemos abraça-la ainda com mais dedicação.

Quanto ao cansaço, esse é uma marca do sofrimento físico de quem ama. Um corpo sem as marcas do sofrimento, das exigências de quem se doa ao outro é um corpo que reflete muito mais o que faço para mim do que o que faço pelos outros. O corpo de quem ama é esculpido pelo amor e não pelas academias, por isso, nossos melhores “personal trainers” são nossos filhos. Um corpo que se desgasta por amor é um corpo sarado sim, mas sarado no sentido de ser curado a todo instante de um possível egoísmo ou fechamento aos outros.

Sempre confesso meu cansaço ao cuidar das crianças, mas ajudar nas tarefas de casa, dar as refeições, conviver com meus filhos, poder sorrir com eles, ouvir suas palhaçadas, consolar as dores das suas quedas, fingir que eles são engraçados, dar atenção, corrigir seus erros, tirar as dúvidas brincar, contar histórias, escovar os dentes, brigar, cantar e rezar com eles é um grande presente de Deus.

Concluo dizendo que só sabe educar quem decide amar. Definitivamente, amar não é uma emoção agradável, nem um sentimento gostoso, como descer numa montanha russa. Amor é uma decisão séria e comprometida que envolve em primeiro lugar a felicidade do outro e não a minha. Amar é um sim mútuo entre dois imperfeitos que se escolhem. Amar é decidir-se por fazer o que é melhor pelo outro ainda que isso custe o meu tempo, meus planos, meu sono, minha beleza, minhas últimas energias. Com alegria digo que Deus não me deu o dom da vida para ser retido, afinal, o que guardamos demais acaba perdendo a validade e apodrecendo. Nunca o cansativo cuidado com os meus filhos aliviou tanto meu cansaço.

Por fim, posso dizer, não se descansa apenas dormindo. Descansa-se acima de tudo amando e servindo aos outros. Quando se ama de verdade, até o sono é uma forma de amar, pois o repouso nos fará servir melhor aos outros ao despertar. Por essas e outras razões, posso afirmar que os filhos são uma escola de amor!

Fonte: Blog Vida sem Dúvida

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  • Encerramos as inscrições para a Catequese de Jovens (de 13 a 17 anos) e adultos (Acima de 18 anos).

     

    Os encontros serão realizados, conforme programação a seguir:

    • Jovens: Domingos das 17h às 19h30min
    • Adultos, duas turmas: Sábado das 9h às 10h30min e Quarta-feira (não quinta como mensionado inicialmente) das 20h às 22h30min.

     

    Os encontros serão realizados exclusivamente em modalidade On-line utilizando a plataforma Meet da Google, com início previsto para dia 07 de agosto. Outras informações serão repassadas pelos grupos de formação. O sacramento está previsto para o segundo semestre de 2022.

     

    Abaixo listamos os documentos necessários para efetivação da sua inscrição:

    - Uma Foto 3x4
    - RG ou Certidão de Nascimento;
    - Comprovante de de Batismo;
    - Comprovante da 1ª Comunhão.

    * Os sacramentos recebidos deverão ser comprovados mediante apresentação dos comprovantes. Mesmo que não tenha recebido algum sacramento, poderá participar do processo de formação.

     

    Devido às restrições que enfrentamos neste tempo de pandemia, solicitamos que os documentos sejam digitalizados e entregues exclusivamente por e-mail.

    Para a entrega, pedimos a gentileza de enviar para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. seguindo as orientações descritas no formulário de inscrições.

      

    A Catequese entrará de recesso a partir de 01 de Julho retornando as atividades em 01 de Agosto, onde as dúvidas deverão ser encaminhadas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

     

     >> Clique aqui para fazer sua inscrição <<

     

    Coordenação da Catequese.

  • Como estamos em um processo de matrículas resolvemos elencar algumas questões que suscitam algumas dúvidas àqueles que pleiteiam entrar na catequese, esperamos que os tópicos abaixo os ajudem:

    1. Batismo
    Tudo indica que a origem dos padrinhos de Batismo existe desde os primeiros tempos da Igreja, quando os pagãos se convertiam e recebiam o Batismo, e, com ele, a vida espiritual. Eram também denominados de pais espirituais, porque cuidavam da formação espiritual de seus afilhados. Além do mais, em época de guerra, poderiam substituir os genitores na dura tarefa de educar os filhos na fé cristã. No caso de neófitos (adultos recentemente convertidos a Cristo pelo batismo), os pais espirituais exerciam um preponderante papel no acompanhamento prático da doutrina católica. Isso era tão sério que chegavam a ser, na maioria das vezes, os mesmos padrinhos na Confirmação (Crisma),hoje não é necessário.

    2. Padrinhos
    No que se refere aos critérios da Igreja Católica Apostólica Romana para a escolha de padrinhos e madrinhas, A Introdução Geral do Ritual do Batismo, n◦ 10, diz: “O padrinho e a madrinha tenham maturidade para desempenharem esse oficio; estejam iniciados nos três sacramentos da iniciação cristã, do Batismo, da Crisma e da Eucaristia; pertença à Igreja Católica e pelo Direito não estejam impedidos de exercer tal oficio.

    3. Orientações do Código de Direito Canônico para padrinhos de adultos
    De acordo com o Código de Direito Canônico: “Ao batizado, enquanto possível, seja dado um padrinho, a quem cabe acompanhar o batizando adulto na iniciação cristã . Cabe também a ele ajudar que o batizado leve uma vida de acordo com o Batismo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes” (cânon 872). Também é possível apenas um só padrinho ou uma só madrinha ou também um padrinho e uma madrinha (cânon 873). Em outras palavras, a escolha do padrinho é facultativa. Embora a maioria absoluta escolha pelas normas da Igreja, apenas um padrinho ou uma madrinha.

    4. Pré -requisitos para escolha de padrinho ou madrinha
    Em relação ainda aos pré-requisitos na escolha, o padrinho e a madrinha devem ter 16 anos de idade (pelo menos), serem católicos, confirmados (ou crismados), tendo recebido o sacramento da eucaristia e levar vida de acordo com a fé e o encargo que vão assumir (ter coerência entre fé proclamada e vida diária); não se encontrarem atingidos por nenhuma pena canônica*,; que não seja pai ou mãe do batizando (cânon 874).

    5. Casais em situação irregular
    No que tange aos casais que vivem numa união irregular, o Catecismo da Igreja diz que “existe união livre quando o homem e a mulher se recusam a dar uma forma jurídica e pública a uma ligação que implica intimidade sexual” (Catecismo da Igreja Católica, nº 2390). O Catecismo condena este tipo de união, ao dizer que: “A união carnal não é moralmente legítima, a não ser quando se instaura uma comunidade de vida definitiva entre o homem e a mulher” (Catecismo da Igreja Católica, nº 2391). Em conformidade com a doutrina da Igreja, a união carnal não é legítima, a não ser que se instaure um consórcio de vida perpétuo entre um varão e uma varoa. Tal relação é reconhecida pela Igreja, somente se houver o consentimento matrimonial, segundo as suas normas. Caso contrário, é uma união irregular.


    O diretório diocesano não autoriza quem tem impedimento a ser padrinho ou madrinha de Batismo e a receber sacramentos.

    6. São impedimento aos sacramentos: união estável, homoafetiva, segunda união, divorciado que tenha relacionamento estável com parceiro, namorado que tenha relacionamento intimo etc.

    Observação: A Igreja católica acolhe a todos que desejam conhecer melhor sua doutrina e sempre está disposta a orientar e ajudar aos que a procuram com o forte proposito de mudança de vida.

    Estamos à disposição para eventuais esclarecimentos.

    A paz!

    Coordenação da Catequese